Uma pergunta frequente dos pais na consulta é se respirar pela boca é normal?
A respiração bucal ou mista (boca e nariz) é muito comum na população infantil e adulta, mas não é normal, na verdade é um hábito que traz sérias complicações. Hoje vamos falar sobre algumas dessas desordens.
A Respiração bucal traz prejuízos como: maior exposição às infecções, formato do rosto mais alongado, ocasionado pelo crescimento inadequado, o paciente apresenta fisionomia de pessoa cansada, com olheiras, boca sempre aberta, cansaço respiratório, mau hálito, “baba” noturna, roncos e maior risco da doença cárie.
A respiração inadequada ou bucal também pode trazer alterações graves como: mau desenvolvimento das arcadas dentárias, ocasionando problemas na oclusão – mordida aberta ou protrusão dentária, onde os dentes anteriores não se tocam ou ficam muito anteriorizados.
As alterações anatômicas agravam o quadro respiratório, devido ao estreitamento maxilar e elevação do palato (céu da boca) e há com isso a diminuição do espaço aéreo nasal.
Desvios de postura são comuns nesses casos, o respirador oral adapta a postura anteriorizando o pescoço (cabeça para frente) para o aumento da passagem aérea na faringe, que leva à rotação interna de ombros, projeção anterior de quadril, giro interno de joelhos e de pés (causado por adaptações em cadeia).
A criança tende a ficar mais cansada, pois seu sono é de baixa qualidade e sua oxigenação não é das melhores. É comum observar que esses pacientes mechem muito e roncam durante o sono.
Por isso, se você notar que seu filho respira mais pela boca do que pelo nariz busque a ajuda profissional. O médico Otorrinolaringologista avalia as estruturas do aparelho respiratório, o Odontopediatra avalia se há algum impacto da respiração bucal no desenvolvimento de arcadas dentárias e o Fonoaudiólogo trabalha na reabilitação do padrão respiratório.
A Ortodontia Miofuncional corrige hábitos para-funcionais como Respiração Bucal, Posição errada da língua, sucção de dedo, chupeta e outros. Através de aparelhos específicos. O diagnóstico e tratamento precoce é menos invasivo e proporciona mais qualidade de vida ao paciente.