SAÚDE BUCAL
Com Drª Adriana Victor
Com Drª Adriana Victor
Formada em Odontologia e especializada em Odontologia pediátrica.
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Qual o problema de respirar pela boca?
Uma pergunta frequente dos pais na consulta é se respirar pela boca é normal?
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A respiração bucal ou mista (boca e nariz) é muito comum na população infantil e adulta, mas não é normal, na verdade é um hábito que traz sérias complicações. Hoje vamos falar sobre algumas dessas desordens.
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A Respiração bucal traz prejuízos como: maior exposição às infecções, formato do rosto mais alongado, ocasionado pelo crescimento inadequado, o paciente apresenta fisionomia de pessoa cansada, com olheiras, boca sempre aberta, cansaço respiratório, mau hálito, “baba” noturna, roncos e maior risco da doença cárie.
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A respiração inadequada ou bucal também pode trazer alterações graves como: mau desenvolvimento das arcadas dentárias, ocasionando problemas na oclusão – mordida aberta ou protrusão dentária, onde os dentes anteriores não se tocam ou ficam muito anteriorizados.
As alterações anatômicas agravam o quadro respiratório, devido ao estreitamento maxilar e elevação do palato (céu da boca) e há com isso a diminuição do espaço aéreo nasal.
Desvios de postura são comuns nesses casos, o respirador oral adapta a postura anteriorizando o pescoço (cabeça para frente) para o aumento da passagem aérea na faringe, que leva à rotação interna de ombros, projeção anterior de quadril, giro interno de joelhos e de pés (causado por adaptações em cadeia).
A criança tende a ficar mais cansada, pois seu sono é de baixa qualidade e sua oxigenação não é das melhores. É comum observar que esses pacientes mechem muito e roncam durante o sono.
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Por isso, se você notar que seu filho respira mais pela boca do que pelo nariz busque a ajuda profissional. O médico Otorrinolaringologista avalia as estruturas do aparelho respiratório, o Odontopediatra avalia se há algum impacto da respiração bucal no desenvolvimento de arcadas dentárias e o Fonoaudiólogo trabalha na reabilitação do padrão respiratório.
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A Ortodontia Miofuncional corrige hábitos para-funcionais como Respiração Bucal, Posição errada da língua, sucção de dedo, chupeta e outros. Através de aparelhos específicos. O diagnóstico e tratamento precoce é menos invasivo e proporciona mais qualidade de vida ao paciente.
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Crianças e vírus do Herpes, o que saber?
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Um evento muito comum em nossa sociedade é a infecção por herpes, assim como no dia-a-dia de médicos e dentistas e na vida das crianças também!
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O responsável por desencadear a doença é o vírus Herpes simples, e as manifestações mais comuns são do Tipo 1, que está mais associado a infecções bucais. A transmissão ocorre através da saliva contaminada (beijos, compartilhar copos e etc.) ou contato direto com lesões ativas. A infecção pelo Herpes ocorre em dois estágios: Infecção primaria e secundária ou recorrente.
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Esses micro-organismos permanecem no corpo em estado de latência, aguardando um momento de fragilidade imunológica para se manifestar. Em geral, a lesão sempre aparece no mesmo lugar, em forma de bolhas, que se rompem e formam crostas, provocando coceira, ardor e, em alguns casos, febre, esse quadro é considerado benigno e pode resolver-se em cerca de 7 a 15 dias. O primeiro episódio costuma ser o mais intenso.
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A infecção primária ocorre mais comumente em crianças de 6 meses a 5 anos de idade e pode variar de totalmente assintomática, ou seja, não ser perceptível que houve uma infecção viral, até uma manifestação dolorida e preocupante. Em alguns casos, as crianças apresentam apenas dor de garganta e febre branda.
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A manifestação mais exuberante é chamada de Gengivoestomatite Herpética Primária Aguda e é caracterizada por febre, aumento da irritabilidade, falta de apetite, náuseas, aumento de linfonodos no pescoço e, principalmente, lesões orais doloridas. Essas lesões podem aparecer na língua, na gengiva, nos lábios e na garganta. Por ser tão dolorida e múltipla, comumente a criança se queixa na hora de escovar os dentes ou de comer. Em alguns casos, a gengiva pode estar apenas levemente inchada e avermelhada, mas não deixa de ser dolorida e isso leva à criança a se negar a fazer a higiene bucal adequada. Essa manifestação ocorre apenas uma vez na vida, no primeiro contato com o vírus, sendo as manifestações seguintes (quando existem) mais brandas e localizadas.
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O recomendado nessa fase de lesões agudas pelo vírus do Herpes é a alteração da alimentação da criança. É importante inserir uma dieta mais líquida/pastosa, com pouco sal ou temperos fortes para que seja menos dolorida sua ingestão, bem como evitar o consumo de refrigerantes e comidas ácidas.
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A higiene oral nessa fase também pode ser difícil e gerar dúvidas nos pais, mas não deve ser negligenciada, pois a falta de higiene gera acúmulo de bactérias e, assim, aumento de inflamação e dor.
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Outro cuidado importante durante a manifestação do Herpes é tomar cuidado para que a criança não infecte outras crianças e até mesmo não realize autoinfecção. É importante não compartilhar talheres e copos, nem colocar a mão na boca, pois assim, o vírus pode ser levado para outras partes do corpo como nariz, olhos, genitália e até mesmo o dedo.
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Não automedique seu filho, procure um profissional que possa lhe orientar de forma adequada quanto ao tratamento.
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Apneia do Sono
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A apneia do sono se trata de uma síndrome que desorganiza os movimentos respiratórios e é um dos principais distúrbios do sono. Essa síndrome é caracterizada pela obstrução parcial ou total das vias aéreas durante o sono, causando apneia ou hipopneia (entende-se por apneia a interrupção completa do fluxo de ar através do nariz ou da boca por um período de pelo menos dez segundos e, por hipopneia, uma redução de 30% a 50% desse fluxo de ar).
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A apneia pode ser observada com maior frequência em homens, seguido das mulheres, e a partir de 30 anos de idade. Até as crianças podem apresentar apneia do sono em 1% a 3% dos casos.
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Os sintomas mais comuns são: ronco, onde a respiração fica ruidosa ou barulhenta durante o sono; o paciente acorda cansado; despertares noturnos frequentes; paradas momentâneas da respiração durante o sono e presenciadas pelo cônjuge ou outros familiares; distúrbios cognitivos como: dificuldade de memória, concentração e atenção; irritabilidade; fadiga; o paciente desperta várias vezes durante a noite para urinar sem que haja um problema de ordem urológica; pacientes muitas vezes já acordam com dor de cabeça; sonolência diurna excessiva: é um sintoma muito importante e frequente em pacientes com apneia do sono.
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Qualquer fenômeno que provoque estreitamento ou fechamento da passagem de ar pelas vias aéreas superiores pode causar apneia-hipopneia do sono: obesidade, crescimento das amígdalas, malformações da mandíbula ou da faringe, hipertrofia da língua (como ocorre na síndrome de Down), tumores, hipotonia dos músculos da faringe ou falta de coordenação dos músculos respiratórios.
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O diagnóstico de certeza só pode ser estabelecido através da polissonografia, um exame que permite testar durante o sono os potenciais elétricos da atividade cerebral, dos batimentos cardíacos e outros parâmetros.
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As consequências da apneia do sono são preocupantes. A síndrome está associada ao aumento na incidência de infartos do miocárdio, derrames cerebrais e arritmias cardíacas.
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O objetivo do tratamento é manter as vias aéreas permeáveis ao fluxo de ar durante a noite. O tratamento miofuncional é indicado nestes casos, o aparelho TMJ trabalha posição da mandíbula e língua, treina e melhora consideravelmente a musculatura, melhora a passagem do ar e proporciona qualidade de vida para o paciente.
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Tratamento cirúrgico está sempre indicado para a remoção de obstáculos e correção de distúrbios anatômicos que dificultem a passagem de ar. Perda de peso, no caso de pacientes obesos, e evitar dormir na posição supina (de barriga para cima) são outras medidas úteis.
Faça uma consulta com um ortodontista miofuncional e melhore sua qualidade de vida.
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Criança que ronca
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Um suspiro, uma respiração mais intensa e, de repente, um barulho mais alto, ouvir seu filho roncar pode revelar uma série de problemas, e quanto mais cedo for feito o diagnóstico, mais eficiente será o tratamento.
Ronco não é uma coisa normal ou saudável, há estudos que mostram que a criança que ronca pode sofrer até mesmo alterações no crescimento, já que a oxigenação dos tecidos é prejudicada, principalmente quando ela tem apneia. É comum observar o ronco em crianças de 2 a 9 anos de idade.
O mais importante é identificar por que a criança está roncando. Pois o que provoca o problema normalmente é a obstrução das vias aéreas, e essa obstrução pode ser causada por vários motivos, como alergias - a poeira, por exemplo -, e infecções - na amígdala ou na garganta. É importante observar o período e intensidade do ronco, como e quando acontece. O cansaço e a obesidade são outras causas possíveis, pois a musculatura fica mais fraca e acaba dificultando a respiração. No caso do excesso de peso, a gordura acumulada em volta do pescoço também atrapalha.
O crescimento e desenvolvimento crânio facial (estruturas óssea da cabeça) dependem de respiração e musculatura adequadas, quando há alterações nesses dois pontos as estruturas bucais também sofrem. Normalmente o paciente que respira pela boca apresenta apinhamento dentário (dentes tortos), palato (céu da boca) profundo, posição de língua baixa, mordida cruzada, dentre outras problemas.
Hoje a Ortodontia Miofuncional disponibiliza de aparelhos de alta tecnologia, confortáveis, de fácil adaptação e com excelentes resultados. Podem ser usados por crianças a partir de dois anos e meio de idade, e eles trabalham principalmente para restabelecer a respiração e musculatura da criança.
O ronco é um sinal de que algo está errado e que a criança não está respirando corretamente, é preciso investigar vias aéreas superiores e inferiores, portanto busque um Médico otorrinolaringologista e um Odontopediatra/Ortodontista para um diagnóstico e tratamento precoce.