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Centrão pressiona por definição de sucessor, mas Bolsonaro insiste em candidatura

  • Foto do escritor: Da redação
    Da redação
  • 3 de mar.
  • 4 min de leitura

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Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) têm demonstrado incômodo com a pressão de caciques políticos e do mercado financeiro para que ele endosse o nome do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) como seu candidato ao Palácio do Planalto em 2026.


Apesar do avanço das investigações e da inelegibilidade já consolidada, bolsonaristas têm se mostrado mais enfáticos em rejeitar qualquer conversa sobre um plano B, mesmo nos bastidores, e se queixam da cobrança por uma definição ainda este ano.


No início da semana, em entrevista ao portal Leo Dias, Bolsonaro foi categórico ao responder sobre um substituto: “o sucessor sou eu”, disse ele. Dias depois, à Jovem Pan, ele reiterou que não escolheu nenhum nome e que só o fará “depois de morto”.


Fábio Wajngarten, aliado de primeira ordem de Bolsonaro, compartilhou nesta semana uma publicação ironizando a campanha de empresários da Faria Lima por Tarcísio. “Quantos votos a Faria Lima tem para definir um sucessor?”, diz o post retuitado por Wajngarten no X.

O movimento para reafirmar Bolsonaro como candidato acontece justamente quando líderes políticos começam a falar em prazos para a escolha de um substituto. O presidente do PP, Ciro Nogueira, disse à Folha de S. Paulo que, se o nome for Tarcísio ou Ratinho Júnior (PSD), governador do Paraná, a decisão precisa sair ainda este ano para que haja tempo de organizar a transição.


Na mesma linha, o presidente do Republicanos, deputado federal Marcos Pereira (SP), afirmou á reportagem: “O ideal é ele decidir até dezembro para que tenhamos tempo de organizar o campo da centro-direita”.


O temor de dirigentes partidários é que Bolsonaro siga a estratégia de Lula em 2018: mantenha sua pré-candidatura até o limite do prazo legal e, na última hora, lance alguém de sua família, como Eduardo Bolsonaro (PL) ou a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL). Como mostrou o Estadão, os partidos de centro-direita rejeitam embarcar em uma candidatura que tenha um familiar de Bolsonaro como cabeça de chapa.


A chapa mais competitiva na avaliação do Centrão é Tarcísio como candidato e Michelle vice. Bolsonaristas, contudo, rechaçam a possibilidade e dizem que a ex-primeira-dama será candidata ao Senado pelo Distrito Federal.


“Por pesquisa e trabalho técnico, essa seria a chapa ideal para a realidade política atual. O que falta saber é se será a chapa de Jair Bolsonaro. Eleitoralmente, Michelle Bolsonaro é o nome mais forte da direita depois dele. Ela representa o bolsonarismo, é mulher e evangélica. Tarcísio de Freitas, por outro lado, é o candidato de centro-direita com maior capacidade de agregar partidos. É improvável que legendas como MDB e PSD se unam a uma chapa de centro-direita sem ele, mas com Tarcísio, essa possibilidade se torna real”, diz Murilo Hidalgo, sócio da Paraná Pesquisas.


Esperança é que EUA pressione para reverter situação de Bolsonaro

A mais nova estratégia para manter viva a esperança de que Bolsonaro ainda possa reverter sua inelegibilidade e disputar em 2026 é reforçar a ideia de que o cenário internacional pode influenciar seu futuro político. Bolsonaristas dizem que a ofensiva do governo Donald Trump contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), é um indício de que os Estados Unidos podem intervir no processo político brasileiro e mudar o jogo a favor do ex-presidente.


Quem encabeça esse movimento é Eduardo Bolsonaro, que tem feito um périplo pelos EUA para denunciar a suposta perseguição do Judiciário brasileiro ao seu pai e tentar convencer políticos conservadores e aliados de Trump a agirem para reverter a situação.

Entre os pedidos, estão que o atual governo norte-americano ajude a expor uma suposta interferência dos EUA nas eleições brasileiras, pressione por eleições em que a “oposição pode concorrer”, em uma alusão à reversão da inelegibilidade de Bolsonaro, e utilizem ferramentas diplomáticas para responsabilizar agentes públicos que, de acordo com os bolsonaristas, cometeram violações contra a democracia.


O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (PT), pediu que a Procuradoria-Geral da República investigue o deputado por crimes contra a soberania e as instituições brasileiras. O petista argumentou que Eduardo “patrocina retaliações” contra o Brasil e Moraes.


Uma comissão da Câmara dos Representantes norte-americana, o equivalente à Câmara dos Deputados brasileira, aprovou na quarta-feira, 26, projeto de lei para barrar a entrada do ministro do STF no país. O texto prevê que autoridades estrangeiras que atuarem contra liberdade de expressão de cidadãos americanos sejam impedidas de entrar nos Estados Unidos ou possam ser deportadas. Moraes não é citado no projeto, mas os parlamentares que assinam a proposta já criticaram decisões dele.


No mesmo dia, o Departamento de Estado dos Estados Unidos criticou o bloqueio de redes sociais norte-americanas pelo Brasil, classificando as decisões como “censura”. O órgão disse que tais ações são “incompatíveis com os valores democráticos”.


Apesar de também não ter citado nominalmente o ministro Alexandre de Moraes, a declaração foi vista como uma indireta ao magistrado, que suspendeu a plataforma Rumble no Brasil por não indicar um representante legal no País. Ele havia determinado o bloqueio do canal do blogueiro Allan dos Santos, que é considerado foragido pela Justiça brasileira e vive nos EUA, mas não conseguiu notificar a plataforma.


O Itamaraty respondeu em um comunicado no qual acusa o governo Trump de tentar politizar decisões judiciais e diz que o Departamento de Estado “distorce os sentidos” das decisões do STF, que têm como objetivo assegurar a aplicação da legislação brasileira em território nacional. Moraes foi processado nos Estados Unidos pela Rumble e pela Trump Media, empresa ligada a Donald Trump, que o acusam de violar a soberania americana ao determinar a suspensão da conta de Santos na plataforma.


Bianca Gomes/Pedro Augusto Figueiredo/Estadão

 
 
 

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