Muito tem se falado com relação à deficiência da Saúde no Brasil, diante da pandemia do COVID-19. A falta de estrutura para identificar e tratar o vírus gerou um custo de bilhões de reais aos cofres públicos, que foram investidos às pressas e sem planejamento.
Segundo dados do Ministério da Saúde, já haviam sido liberados mais de R$ 11 bilhões em ações contra o coronavírus. Estão incluídos repasses diretos de recursos para estruturação dos serviços de saúde, além de aquisição de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) usados por profissionais de saúde, de testes de diagnóstico, medicamentos, ventiladores pulmonares, contratação de profissionais de saúde e habilitação de leitos de UTI para tratar pacientes com a doença.
Conversamos com Junior Marabá sobre este momento em que vivemos onde, ele se manifestou sobre a pandemia e a saúde em nosso Município.
Classe A – Como acredita que nosso município está lidando diante a pandemia?
Junior Marabá – A saúde de nosso município já não funciona em período de normalidade, imagine diante uma pandemia, que causou um colapso no sistema de saúde. Estamos com falta de atendimento, medicamentos e até mesmo testes para população. Se o hospital municipal tivesse saído do papel, como prometido há 20 anos, conseguiríamos enfrentar a pandemia com maior estrutura e dignidade. Classe A – Como você vê essa pandemia e os reflexos dela na economia de Luís Eduardo Magalhães?
Junior Marabá – Eu vejo na gestão uma grande dificuldade em equilibrar essa balança, pandemia e economia. Temos a preocupação da saúde de um lado, apontando os cuidados necessários e imediatos, e do outro a situação financeira do comércio local, diante a geração de emprego e renda. Se tivessem trabalhado com ações preventivas na saúde publica desde o início da pandemia, o comércio não estaria pagando este alto preço.
Classe A – E o que falta para a saúde funcionar direito, independente da pandemia?
Junior Marabá – Se preocupar com vidas e não com política.
Todos os postos de saúde deveriam estar em funcionamento, atendendo de forma preventiva, e caso necessário encaminhando para policlínica, com uma maior abrangência de especializações. Deixando a UPA apenas para atendimento de urgência e emergência e o hospital municipal, atendendo desde baixa e média complexidade.
Classe A – Você fala da saúde como um todo?
Junior Marabá – Sim. A grande maioria dos nossos postos de saúde estão abandonados. Ou seja, o primeiro atendimento, onde o cidadão é consultado, não está funcionando. O que acontece é que todos estão indo para UPA.
Classe A – Mas esse não é o papel da UPA?
Junior Marabá – Não. Ela existe para atender urgências e emergências. O primeiro contato da população deveria ser naqueles postos de saúde que estão abandonados. Depois que o paciente é examinado e é constatada a necessidade de um atendimento emergencial, ou com maior complexidade.
Classe A – É quando o Hospital Municipal faz falta...
Junior Marabá – O que temos hoje é apenas a Maternidade Gileno de Sá, onde as doenças infectocontagiosas não podem ser tratadas por que lá funciona também a maternidade. O Gileno deveria ser apenas uma maternidade com leitos de UTI neonatal e nada mais. Infelizmente virou uma unidade de saúde sem identidade, onde temos tido casos continuados de perdas de vidas de recém-nascidos, em um lugar onde deveríamos comemorar nascimentos.
Classe A – Então você diz que o Gileno não atende Luís Eduardo Magalhães?
Junior Marabá – O que a gente sabe, ou que pelo menos está sendo investigado pelo Ministério público, é que ele serve bem para fazer cirurgias estéticas em familiares e amigos do prefeito e secretários. Pra isso ele atende bem.
Classe A – Você já afirmou que só promete o que pode cumprir. Pelo menos foi assim em 2016. Você faria alguma promessa para a saúde de Luís Eduardo Magalhães?
Junior Marabá – Sim, colocar para funcionar os postos de saúde abandonados com monitoramento através dos agentes de saúde, aumentar as especialidades na policlínica e inaugurar o hospital municipal de Luís Eduardo Magalhães. Por que quem fez a dívida para construir, não vai conseguir concluir.
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