Weslley Batista, de 16 anos de idade, que foi artilheiro destaque da 3ª Copa do Clube Rio das Pedras, realizada em julho do ano passado, em Luís Eduardo Magalhães, agora vai brilhar também em um grande clube. O jovem, que já é considerado uma promessa no meio futebolístico e está no Santos há seis meses, precisou de apenas um amistoso para mostrar todo o seu talento e assinar dois contratos com o clube, passando a ter uma multa rescisória milionária, avaliada em 100 milhões de euros. Os contratos de vínculos de formação e profissional com o clube foram assinados nas primeiras quinzenas de dezembro e de janeiro, respectivamente. O último, que tem validade para três temporadas, foi assinado logo após jogo-treino da equipe sub-17 contra o Atlético Roraimense, no CT Rei Pelé, no qual o meia-atacante se destacou: fez gol, deu assistências, driblou inúmeras vezes e encantou em campo. Dali, foi direto para a sala da diretoria para discutir seu futuro junto ao clube da Vila Belmiro. A notícia foi recebida com alegria pelos responsáveis do projeto Escola de Futebol do Clube Rio das Pedras, de Luís Eduardo Magalhães. “Patati é um grande exemplo e inspiração pra nós. Em sua passagem pelo clube, quando disputou e foi o artilheiro da nossa copa, vimos o quanto aquele menino que teve momentos muito difíceis, era talentoso, esforçado e teria um futuro brilhante. Por isso, receber a notícia do seu vínculo profissional com o Santos para nós é motivo de muita satisfação e renova as nossas forças e esperanças para seguir em frente com o nosso projeto social e transformar a vida de outras crianças e adolescentes, assim como o Patati teve a sua vida transformada pelo esporte”, destacam a presidente e o técnico do projeto, Márcia Carneiro e Carlos Henkes. “Patati”, apelido que o acompanha desde o início da sua trajetória em sua cidade natal, é só satisfação pela conquista. “Nunca pensei que aconteceria tantas coisas boas e de forma tão rápida na minha vida. É um sonho, maior do que imaginei. Ainda nem acredito que assinei meu contrato profissional com o Santos, ao lado da minha mãe e das pessoas que acreditaram no meu potencial. Há seis meses, eu nunca tinha jogado em nenhum clube profissional, buscava uma única chance de mostrar meu futebol e, em poucos dias assinei dois contratos. Estou muito feliz. Agora, quero evoluir cada vez mais, ganhar meu espaço, chegar ao time profissional e construir uma história no Santos. Tem um novo caminho pela frente", disse em entrevista ao portal UOL. Patati, a revelação do Santos Nascido em Presidente Dutra, no Maranhão, o menino que agora transborda felicidade e que é visto como revelação e promessa do clube, já viveu momentos muito difíceis na busca pela realização do seu sonho de ser um jogador de futebol. De origem humilde, sempre que jogava nas quadras do Colégio Luiz Rocha, aos oito anos de idade, pegava emprestado chuteiras de amigos. "Meus pais não tinham condições de comprar tênis. Era preciso pegar emprestado dos meninos mais velhos, que usavam numerações bem maiores. Ficava enorme no meu pé e eu sempre fui o menor. Desde os primeiros jogos, ganhei o apelido de Patati, porque parecia um tênis de um palhaço dentro de quadra. Mesmo assim, comecei a me destacar”, relembra. Aos 15 anos de idade, o garoto deixou as quadras simples do estado maranhense e a casa dos pais e seguiu para os campos de futebol do Clube Atlético Maranhense, onde iniciou sua carreira e em seguida a um clube de Jataí, no Goiás, no qual segundo relata o garoto teria enfrentado inúmeras dificuldades e vivido em situação de completo abandono. De acordo com seu relato, não havia condições para se alimentar, era preciso fugir com amigos quando não estava treinando para buscar frutas em árvores e era impossibilitado de contatar a família para voltar pra casa. Descoberto pelo empresário Maurice Cohen, Patati chegou ao Santos em julho de 2019, tornou-se xodó nas categorias de base do Santos e já está na mira de olheiros das categorias de base da Seleção Brasileira. Ascom/Clube Rio das Pedras Heloíse Steffens