Com os números consolidados da safra 2018/2019, o oeste da Bahia se mantém em posição de destaque nacional quando o assunto é a produção agrícola. A soja, carro-chefe da região, alcançou a segunda melhor média de produtividade da história: 56 sacas por hectares. O número equivale a uma produção total superior a 5,3 milhões de toneladas da oleaginosa.
Com 97% da área colhida, o algodão, segunda maior cultura da região, também teve excelente desempenho. A produtividade teve leve queda, saindo de 315 para 300 arrobas por hectare, se comparadas as safras 2017/2018 com a de 2018/2019. No entanto, o aumento da área de plantio interferiu diretamente no volume produzido, passando de 1,2 milhão para aproximadamente 1,5 milhão de toneladas. Considerado o ouro branco da Bahia, o algodão projetou o Estado nacionalmente, colocando o município de São Desidério na liderança da produção da fibra.
A boa notícia animou tanto os cotonicultores que as perspectivas para a próxima safra surpreenderam até mesmo os membros do Conselho Técnico da Aiba. Para o próximo ciclo, espera-se um aumento de 5% da área plantada, saindo de 331 mil hectares para mais de 347,5 mil hectares, sem que necessariamente haja a retração da área da soja, que também deve registrar uma ampliação mais modesta, na casa do 1,3%.
“Os números não divergem do que os levantamentos anteriores já vinham apontando. E os resultados desta safra se devem, sobretudo, à persistência do produtor rural, que mesmo após alguns ciclos com problema de estiagem não desistiu de plantar. Aliado a isso houve investimento em tecnologia. Para a próxima safra, havendo boas condições climáticas e distribuição de chuvas, o oeste mantém o seu patamar de produção e produtividade, confirmando a sua vocação agrícola”, é o que prevê o assessor de agronegócio da Aiba e membro do Conselho Técnico, Luiz Stahlke.
Ainda segundo dados do Conselho, o milho, terceira principal cultura da região, cuja destinação é o mercado interno, especificamente o do Nordeste, teve produtividade de 140 sacas por hectare. Cultivado em uma área de aproximadamente 150 mil hectares, o cereal contabilizou cerca de 1,3 milhão de toneladas – um bom resultado, apesar do clima desfavorável, já que esta foi a cultura que mais sofreu com a estiagem. Devido ao alto custo de produção e liquidez do milho, houve uma retração de área plantada comparada à safra anterior. No próximo ciclo, a área cultivada com o grão deve permanecer os 150 mil hectares atuais. Contudo, devido ao investimento em tecnologia e irrigação, a produtividade tem potencial de atingir 180 sacas.
Com o final de mais uma colheita, o produtor rural deve ficar atendo aos prazos do vazio sanitário. O vazio da soja teve início no dia 1 de julho e será finalizado no dia 7 de outubro. Já o algodão, devido à prorrogação da colheita e destruição de soqueira autorizada pela Agência de defesa Agropecuária da Bahia (Adab), terá o vazio sanitário no período de 30 de setembro a 30 de novembro. Somente após essas datas é que se pode iniciar o plantio do próximo ciclo.
O Conselho Técnico é formado pelos representantes da Aiba, Abapa, Abacafé, Fundação BA, Sindicato de Barreiras, Sindicato de LEM, Sandias, Aprosem, Aciagri, Cargill, Bunge, Cooproeste, CREA, IBGE, Bahiater, Adab, Conab, BNB, Banco do Brasil, Louis Dreyfus, ADM, Multigrain, Noble.