A respiração bucal é uma condição patológica que afeta o sistema respiratório e todo o organismo.
Essa alteração pode acarretar prejuízos em diversas áreas, levando as pessoas a apresentarem características como: alterações de postura, alteração craniofacial, da musculatura facial, da oclusão (posição dos dentes), das funções de mastigação e deglutição, distúrbios do sono, da concentração e atenção, e ainda aumentam os episódios de otites.
Por não conseguir respirar adequadamente pelo nariz, o respirador bucal leva o pescoço para frente para, desta forma, ser possível respirar pela boca, modificando a atitude do corpo. Quando o pescoço está projetado para frente, a musculatura do pescoço e da escápula são afetadas, provocando uma postura anormal. Os ombros ficam encurvados e o peito afundado. Todo esse mal funcionamento muscular faz com que a respiração seja curta e rápida. O movimento do músculo diafragma fica alterado, os músculos abdominais ficam flácidos e os braços e pernas assumem uma nova posição em relação à gravidade.
A mudança da posição da cabeça e pescoço visa adaptar a angulação da faringe para facilitar a entrada de ar pela boca, na tentativa de aumentar o fluxo aéreo superior. A modificação da posição da cabeça influencia, também, na postura da mandíbula, nos contatos dos dentes e nos planos ótico e bipupilar, estas mudanças podem gerar movimentos adaptativos do corpo em busca de uma postura mais confortável e de equilíbrio.
A Odontologia miofuncional atua no tratamento da má-oclusão através de estímulos ou inibição dos músculos faciais e/ou relacionados à mastigação, e por meio deles, estimular a modelagem e remodelação da maxila e mandíbula, possibilitando um melhor alinhamento dentário, respiração adequada, trabalhando a postura corporal e proporcionando ao paciente qualidade de vida.
O diagnóstico e tratamento precoce e multidisciplinar (Otorrinolaringologista, Dentista Odontopediatra / Ortodontista miofuncional e fonoaudiólogo) é muito importante. A manutenção deste padrão respiratório de forma tardia pode vir a acarretar alterações estruturais no eixo corporal destas crianças.