A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) apresentou ontem (13/02) o resultado parcial de um estudo coordenado pela entidade no âmbito da Câmara Temática de Insumos Agropecuários (CTIA), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), durante Reunião Ordinária na sede do órgão, em Brasília. Trata-se de um trabalho que vem sendo desenvolvido há quatro meses, levantando as principais dificuldades do setor agropecuário no que tange aos insumos, e que tem por objetivo gerar um dossiê que deverá orientar as tomadas de decisões pelo Poder Público, contribuindo para tornar o agronegócio brasileiro mais competitivo.
De acordo com o presidente da CTIA, o vice-presidente da Abrapa, Eng. Agrônomo Júlio Cézar Busato, para realizar o projeto, foram instituídos Grupos de Trabalho (GTs) coordenados, além da Abrapa, por entidades do setor, como Aprosoja e Embrapa. Cada GT é voltado a um tema específico. Os pontos aprofundados no levantamento abordam, dentre outros, liberação de novos produtos, questões tributárias, entrada de químicos ilegais no mercado nacional, roubo de cargas e fazendas, análise da incidência dos insumos no custo de produção, além de manejo e utilização do solo.
Marcio Portocarrero Dir Exec da Abrapa
“As Câmaras Temáticas do Mapa são hoje importantes balizadores das políticas públicas. A atuação destas é casada com a realidade, pois são constituídas pelos que estão na linha de frente da produção agrícola do país, desde o agricultor até as entidades de pesquisa”, explica Júlio Cézar Busato, que também preside a Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa).
O estudo do GT liderado pela Abrapa foi apresentado pelo diretor executivo da Associação, Marcio Portocarrero. “Trata-se de um panorama do agro brasileiro. Assim que estiver concluído, estará à disposição dos governos como um norte para as estratégias de desenvolvimento do setor”, afirma Portocarrero.
(Ao centro) Júlio Cézar Busato Presid da Câmara Temática e vice presid da Abrapa
Energia
Insumo de grande impacto na formação do custo de produção, sobretudo para os agricultores irrigantes, a energia elétrica começa a ser considerada nos estudos da Câmara Temática. De acordo com Busato, nos últimos três anos, esse valor aumentou consideravelmente, causando grandes dificuldades para o produtor. “Estamos propondo soluções para minimizar esse impacto, que, se implementadas, tornarão mais competitivo produzir no Brasil”, afirma. Dentre as soluções para reduzir os custos com energia elétrica na irrigação, a CTIA propõe mudanças no horário reservado e a expansão do benefício para os agricultores nos fins de semana e feriados nacionais. Nesse sentido, Júlio Cézar Busato reuniu-se hoje (14/02), com o secretário de Energia Elétrica do Ministério das Minas e Energia, Fábio Lopes Alves, para apresentar as demandas e possíveis soluções para o problema.